sábado, 4 de julho de 2009

Como se faz a história

"Iraq remains a destabilizing influence to the flow of oil to international markets from the Middle East," the report said.

"Saddam Hussein has also demonstrated a willingness to threaten to use the oil weapon and to use his own export program to manipulate oil markets. Therefore the US should conduct an immediate policy review toward Iraq including military, energy, economic and political/diplomatic assessments." (in Jason Leopold "Eager to tap..."! Truthout, 3 July 2009)

Se substituirmos o nome de Saddam Hussein pelo de Chavez, não estaríamos muito longe do que vai pelas cabeças dos nossos donos do poder e da grande mídia. Estes remordem-se pelo fato de Obama apresentar um perfil não republicano, menos grosseiramente belicoso e intervencionista que o de Bush e seus próximos. Entretanto a operação Chávez permanecerá sendo um eixo central da política antipopular e antidemocrática dos donos das nossas democracias e do Mercosul. Não à tôa colocam toda uma série de entraves à entrada plena da Venezuela nesse bloco, temendo perder nele a sua hegemonia política e econômica. Os núcleos centrais do poder econômico atuam de forma semelhante àquela denunciada no artigo supracitado. Assim se faz a história.

Em Honduras o sentido do golpe vai além das palavras dos chefes civis e militares, tal como ocorreu no Brasil. Tal como ocorreu entre nós no golpe de 1964, a autoproclamada salvação da pátria de suposto golpe palaciano de caráter sindical-socialista nada mais era que a máscara ideológica da traição definitiva das novas classe dominantes- a nova burguesia industrial criada e nascida com a industrialização-, ao lado da pequena burguesia e das velhas classes dominantes e seus respectivos entes políticos e militares aos desígnios de um capitalismo autônomo, soberano, democrático e popular. Definitiva associação crescentemente subordinada aos desígnios do capital monopolista nativo e forâneo, hoje reitor inconteste dos nossos destinos nacionais. Poder econômico e político a comandar ininterruptamente desde então o destino da república, em nada diminuído com a transição a outra forma política de sua dominação, dito seja, da ditadura política à democracia acordada na trasição transada.

Escapará Honduras à sina da contra-revolução capitalista? Como todos devemos mais uma vez nos recordar, esta é permanente. Ainda mais nesta fase histórica de declínio final do capitalismo, da crise cronica e insuperável do capital em sua nova fase. Fase da emergência do novo capital e sua nova forma de produzir.